terça-feira, 12 de outubro de 2010

Jessye Norman em turnê no Brasil!!!


Após 16 anos de ausência, a grande diva volta ao país para apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Paulínia.


Dezesseis anos após sua última passagem pelo país, Jessye Norman, um dos maiores nomes do canto lírico de todos os tempos, está de volta ao Brasil. A soprano norteamericana chega ao país em outubro para quatro apresentações, em mais uma realização da Dell Arte Promoções Culturais:  




Ela estará no dia 15 de outubro em Salvador, no Teatro Castro Alves; dia 19 de outubro é a vez do Rio de Janeiro, no Theatro Municipal; no dia 22 de outubro ela estará em São Paulo, onde se apresenta no Teatro Bradesco; e no dia 24 estará em Paulínia, onde se apresenta no Theatro Municipal de Paulínia.





Em todas as apresentações, Jessye estará acompanhada do pianista Mark Markham. O programa que será apresentado pela cantora no país, intitulado American Masters, é uma celebração aos grandes nomes da música americana e será dividido em duas partes: na primeira ela lembra os grandes nomes do teatro musical, como Leonard Bernstein, Rodgers & Hammerstein, George Gershwin e Harold Arlen; na segunda parte ela faz uma homenagem aos grandes nomes da música celebrando Odetta, Lena Horne, Ella Fitzgerald, Nina Simone e Duke Ellington.


Quatro vezes ganhadora do Grammy, Jessye Norman é uma das mais admiradas e celebradas cantoras da atualidade, um soprano dramático verdadeiro, associada não só aos papéis das grandes óperas de Verdi e Beethoven, mas também à música contemporânea.


A Diva


Um dos maiores fenômenos vocais das últimas décadas, Jessye Norman possui uma das vozes com timbre de soprano mais densas, ricas e poderosas da atualidade. Muitos a apontam inclusive como a maior voz do século XX. Sua técnica impecável e musicalidade ímpar permitiram-lhe abordar os papéis mais desafiadores do repertório lírico e de câmara.


A crítica internacional exalta as virtudes da cantora: “seu fraseado vocal vai além de uma maior consistência, levando a uma paixão mais ardente e espontânea”; ela é “uma dessas cantoras únicas em toda uma geração, que não se limita simplesmente a seguir as pegadas de suas antecessoras, mas que constrói seu próprio nicho na história do canto”.


Nascida na Geórgia, em 15 de setembro de 1945, foi uma das cinco crianças em uma família de músicos amadores: sua mãe e seu avô materno foram pianistas, seu pai um cantor em um coral local. A sua mãe insistiu para que ela começasse a estudar piano desde pequena. Norman mostrou seu talento vocal ainda criança, cantando música religiosa na Igreja Batista que frequentava.
Aos nove anos de idade, escutou pela primeira vez uma ópera, e imediatamente se tornou fã do gênero. Começou a ouvir gravações de Marian Anderson e Leontyne Price, duas artistas que foram sua grande inspiração.


Aos dezesseis anos de idade, participou da Competição Vocal Marian Anders, na Filadélfia, mas não conseguiu ganhar. No entanto, foi-lhe oferecida uma bolsa de estudos na Universidade de Howard, em Washington. Enquanto estudava, ela também cantou em corais universitários e como solista profissional na Igreja Templo Unido em Lincoln. Uma de suas professoras na época foi Carolyn Grant.


Em 1966, venceu a competição da Sociedade Nacional das Artes e Letras. Depois de se formar em 1967, começou a se aprimorar no Conservatório Peabody em Baltimore e depois na Universidade de Michigan, onde recebeu o título de Mestre em 1968. Durante esse período, Norman estudou canto com Elizabeth Mannion e Pierre Bernac.


Depois de se graduar, Norman, como muitos músicos jovens de sua época, mudou-se para a Europa para estabelecer sua carreira. Em 1969, venceu a Competição Internacional de Música ARD em Munique e, por causa disso, assinou um contrato de três anos com a Ópera Alemã de Berlim, onde estreou no mesmo ano como Elisabeth em Tannhäuser, de Richard Wagner.


Críticos descreveram Norman como "a melhor voz desde a soprano alemã Lotte Lehmann". Nos anos seguintes, apresentou-se com várias companhias de ópera italianas e alemãs. Em 1970, fez sua estréia na Itália com a obra Deborah de Händel.


Em 1971, apresentou-se pela primeira vez no Maggio Musicale de Florença como Sélica de L"Africaine, de Meyerbeer. No mesmo ano, fez o papel da Condessa de Almaviva em Le Nozze de Figaro de Mozart no Festival de Berlim e posteriormente gravou a obra com a Orquestra BBC, sob a regência de Colin Davis.


Em 1972, Norman estreou no La Scala, onde cantou Aída de Verdi, e no Royal Opera House, Covent Garden, onde cantou o papel de Cassandra, de Les Troyens, de Hector Berlioz. Norman apareceu ainda como Aída em uma versão para concerto no Hollywood Bowl. No ano de 1993, em Nova Iorque ela apresentou o recital chamado "Great Performers", no Lincoln Center.


Em 1975, Norman mudou-se para Londres, onde fez óperas nos cinco anos seguintes. Depois disso, retornou para a América do Norte em 1976 e 1977 para fazer extensas turnês de recitais. Foi somente depois de se fixar na Europa, que ela se apresentou nas maiores casas de óperas e festivais, incluíndo o Festival de Edimburgo, o Festival de Salzburgo, o Festival Aix-en-Provence, a Ópera de Stuttgart, entre outros. Nos anos 1970, viajou pela Europa em turnê com obras de Schubert, Mahler, Wagner, Brahms, Erik Satie, Olivier Messiaen e muitos outros compositores estadunidenses contemporânes.


Em outubro de 1980, Norman retornou para as óperas com o papel título de Ariadne auf Naxos, de Richard Strauss, na Ópera Estatal de Hamburgo. Sua estreia operística nos Estados Unidos viria apenas em 1982 com a Compania de Ópera da Filadélfia, aparecendo em Oedipus Rex, de Stravinsky, e em Dido e Eneias, de Purcell. Em 1983, fez sua estréia no Metropolitan Opera com Les Troyens, de Berlioz, uma produção que marcou o centésimo aniversário da companhia. Cantou na celebração do sextagésimo aniversário da Rainha Elizabeth II, em 1986, ano em que também apareceu como solista das Quatro últimas canções (Vier Letzte Lieder) de Strauss com a Filarmônica de Berlim em turnê nos Estados Unidos.


Em dezembro de 1997, recebeu o mais elevado prêmio para as artes cênicas dos Estados Unidos, o “Kennedy Center Honor”, fazendo história como a sua mais jovem laureada nos vinte anos de existência do prêmio. Possui, ainda, doutorados honorários em cerca de trinta faculdades, universidades e conservatórios em todo o mundo. Em 1984, o governo francês conferiu-lhe o título de Comendadora da Ordem das Artes e das Letras. Em outubro de 1989, recebeu a Légion d"Honneur da França e em junho do ano seguinte era nomeada Embaixadora Honorária das Nações Unidas. Em outubro de 2000, ainda nos Estados Unidos, recebeu a Medalha Eleanor Roosevelt Val-Kill, em reconhecimento às suas contribuições cívicas e humanitárias.


O excepcional catálogo de gravações de Jessye Norman conquistou numerosos prêmios, dentre os quais o Grand Prix National du Disque da França, por álbuns de lieder de Wagner, Schumann, Mahler e Schubert; o Gramophone Award por sua fabulosa interpretação de As Quatro Últimas Canções de Strauss e o Prêmio Edison de Amsterdam. Nos Estados Unidos suas gravações que conquistaram o Grammy Award incluem Songs of Maurice Ravel, Lohengrin e Die Walküre de Wagner.


Outro “highlight” de sua discografia é O Castelo de Barba-Azul, de Berg, com Pierre Boulez e a Orquestra Sinfônica de Chicago, que recebeu o Grammy Award de melhor ópera em fevereiro de 1999.


Tendo-se notabilizado nos grandes papéis mozartianos e nas desafiantes personagens épicas, como a Cassandra de Les Troyens, e as heroínas de Wagner e Strauss, nos últimos anos o soprano vem se dedicando mais à música de câmara e a recitais que mesclam árias de óperas com spirituals.




Fonte: Movimento.com

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