sexta-feira, 8 de abril de 2011

Observações sobre a ópera Carmen em 3D


Olá a todos! Faz tempo que não faço um post em que escrevo tudo com minhas palavras!

Nesse post, gostaria só de deixar minha opinião sobre a experiência em ver a ópera Carmen em 3D e se vocês quiserem colocar as de vocês também, principalmente as pessoas que ganharam um convite para assistir à ópera, fiquem à vontade para se expressar seus pensamentos aqui!

Achei que a ópera Carmen em 3D foi uma experiência bem diferente. Antes mesmo de assistir, eu me perguntava "o que diabos vão colocar de 3D numa ópera que foi filmada num teatro"? Hehe! Não tem aqueles sustos que colocam nos filmes (e a ópera nem se propõe a isso), mas achei muito interessante, pois a impressão que se teve é de que você estava no teatro vendo a ópera, só que com os personagens muito mais próximos à você, uma vez que os teatros, por serem muito grandes, não nos permitem ver os rostos dos cantores, atores e bailarinos tão perto.


Outra pequena observação que queria fazer é que não baixassem tanto o som, pois a ópera tem muitas nuances... Momentos em que a música cresce e decresce e o Romantismo deixava isso bem forte, com música que variavam desde o pppp ao ffff e há quem diga que já viu uma partitura com mais "p" e "f" escritos. Então, é bom deixar o som médio para que essas nuances sejam percebidas, desde os instrumentos variando no forte e no piano à voz, saltando e surpreendendo com um grande volume e brilho.

Por mais que gostemos de ópera, ver uma ópera por DVD não é a mesma coisa, justamente por essa questão de vc se sentir mais próximo à ópera. Você se sentir ali pertinho, como se quase pudesse conversar com os músicos é totalmente diferente de você estar em sua casa, vendo a ópera com todos bem distantes a você, o que torna, às vezes, cansativo de se assistir uma ópera po DVD. Ver óperas em teatros e com essa proposta do 3D é muito mais interessante. Você vive cada cena.

Quanto à história da ópera, como é uma obra típica do Romantismo, é recheada de dramas. O triângulo amoroso vivido por Don José, Carmen e Micaela (que depois, se tranforma num quadrado. Hehehe!) é bem típico do Romantismo, mostrando toda a diversidade das personalidades de cada personagem. É inviável dizer que a Carmen ou o Don José eram pessoas más. Eles vinham de mundos completamente diferentes: o Don José, um homem de família (no sentido ao apego dele com a mãe) que seguia as regras da sociedade... Obediente aos seus superiores oficiais... E Carmen, uma mulher livre, que vivia como e com quem desejasse e que não fazia nada que não quisesse.

O que causou todo o "náufrago" do romance entre eles dois foi a não compreensão um do outro dessa enorme diferença de valores: ele por ser muito certinho e ela por ser uma "doida". Um foi querendo moldar o outro a seus valores - tanto o Don José queria casar com ela e tranformá-la numa mulher "digna" quanto ela queria que ele se desprendesse e largasse todo o mundo que ele vivia de obediência aos oficiais e tudo o mais. Don José até abriu mão das coisas que ele seguia, mas Carmen não e o fato dela ser muito desejada e livre desencadeou um ciúme brutal nele que, mais tarde, assassinou todo o afeto que Carmen sentia por ele.

O toureiro Escamillo sabia o modo que ela vivia e pensava, mas jamais tentou mudá-la e estava confiante de que ela iria para seus braços, tanto é que falou que era só "saber esperar" e dito e feito: ela se apaixonou perdidamente por ele e não quis mais saber do Don José, que estava já doente de ciúmes e a Micaela, coitada... Tentava chamar o Don José à razão pelo amor que sentia por ele, mas ele não a ouviu, pois a possessividade dele por Carmen falou muito mais alto e ele foi até o fim, matando-a.

A história de Carmen é tão fascinante que, na minha opinião, pode-se tirar muitas lições de vida dela, lições essas que alguns leitores já citaram no concurso para ganhar o convite para assistir à ópera em 3D.

Entre as lições, posso citar a da compreensão da pessoa amada, principalmente nos momentos difíceis da vida e nas diferenças e, inclusive, isso me lembrou uma boa frase de um escritor que diz "somos ímpares mesmo que estamos em pares"; outra lição é de que a gente, quando estiver em um relacionamento, não tente ir com a intenção de mudar o outro. As mudanças vão ocorrendo naturalmente e você pode até ajudar a pessoa a corrigir algumas características, contanto que aquela pessoa também queira mudar. Não adianta você dizer que a pessoa tem que mudar e vocês não chegam a um consenso. Tudo é diálogo e o diálogo fez muita falta no relacionamento de Carmen e Don José. Foi uma paixão bem carnal, inclusive e que provocou muitos estragos. É muito comum, inclusive entre nós mulheres, namorarmos com um homem sabendo que ele é um alcóolatra, por exemplo, achando que nosso amor o mudará. Pode até ser que sim, mas nunca é bom ir para um relacionamento pensando nisso. Ele precisa de ajuda, mas ele precisa saber disso, querer e fazer alguma coisa. Não depende só do(a) parceiro(a); ciúmes excessivos, literalmente, matam qualquer romance; etc.

Quanto à coreografia, como uma professora já me contou uma vez, "a Europa tá cansada de ver tanta ópera" e por isso, a coreografia tava um tanto apelativa... Hehehe! Tavam quase dançando o créu lá!

Quanto às vozes, pelo menos para mim, as que mais me chamaram a atenção pelo metal, brilho e também pela interpretação foram a Micaela e a Mercedes, a amiga contralto da Carmen.

Bem... E essa foi a minha opinião pessoal e pseudo-psicológica da ópera e da experiência em vê-la em 3D. Fiquem à vontade para concordar ou discordar nos comentários.

Até a próxima!

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