quarta-feira, 6 de abril de 2011

Planos Musicais!

Finalmente, estamos de volta aos nossos "Planos Musicais!". Tenho recebido emails de alguns jovens interessados em aprender música de uma forma mais dinâmica e divertida. Isso é muito bom saber. 
Como a última postagem foi voltada para musicalização em creches e no ensino infantil, o plano musical da semana será voltado para os maiores.
Aconselha-se passar essa atividade para as turmas entre o 6º e o 9º ano, porém como o tema é composição e falaremos um pouco do Jonh Cage, provavelmente muitos adolescentes e adultos irão se identificar ao lembrar de que o mesmo é o compositor da famosa peça 4'33" (aquela composta em 1952, que consiste em 4 minutos e 33 segundos de música sem uma nota sequer). 
Enfim, é isso aí!

Let's rock!

E o tema da semana vai para:


Objetivos:
- Conhecer a estética da produção musical moderna e contemporânea.
- Ampliar o repertório e o conceito de música.
- Desenvolver a autonomia para a composição musical. 

Conteúdos:
- Apreciação, reflexão e composição musical.
- Procedimentos técnicos e estéticos da música de acaso de John Cage (1912-1992). 

Tempo estimado:
Oito aulas

Material necessário:
Computador, aparelho de som, músicas variadas, instrumentos musicais diversos, como flauta doce, xilofone, metalofone, escaleta, tambor, agogô, chocalho, e jogos, como dominó, roleta, bingo e dados. Obras Imaginary Landscape Nº 4 (for 12 Radios)Suite for Toy Piano e Sonata V, de John Cage.

Momento inclusão: no caso de aluno surdo...
Para trabalhar a percepção musical, o ritmo e as noções de composição com alunos surdos vale aproveitar elementos visuais e a expressão corporal. Mesmo que não possa ouvir, o aluno com deficiência auditiva poderá, assim como os demais, significar a palavra música. Explique a ele o conceito de música aleatória e contextualize a obra de John Cage. Caso o aluno não consiga fazer a leitura orofacial, utilize esquemas escritos ou um intérprete de libras. Estimule que o aluno com surdez produza, junto dos colegas, ritmos com o próprio corpo ao longo dos jogos de memória, do bingo e das atividades de composição. Ele pode "batucar" partes do corpo, levantar-se para exprimir um som alto ou abaixar-se para ilustrar um som baixo, por exemplo. Enquanto o aluno produz esses ritmos, os colegas podem transferir as indicações corporais para instrumentos musicais. Uma alternativa é posicionar o aluno surdo próximo das caixas de som ou de instrumentos percussivos para que ele perceba as vibrações sonoras. Durante a gravação das composições da turma é importante que ele visualize as barras de áudio que aparecem na tela do computador, quando da utilização de softwares de gravação. 

Desenvolvimento:
1ª etapa 
Pergunte aos alunos o que é música e peça que elaborem uma frase que sintetize o significado, contemplando os diversos estilos. Registre as definições e contraponha as frases mais restritivas com exemplos musicais a fim de propor reflexões reformuladas do conceito. 

2ª etapa
Apresente à garotada o compositor norte-americano John Cage e convide a turma a apreciar a Suite for Toy Piano e a Sonata V. Comente a estética das peças, como a peculiaridade do som do piano de brinquedo na suíte e do som do instrumento preparado com parafusos e pregadores na sonata. Ouça as impressões dos alunos. Em seguida, divida-os em grupos e instigue-os a explorar os sons inusitados que os instrumentos podem produzir, com o acréscimo de outros objetos ou se tocados de uma maneira não convencional. Socialize as descobertas.

3ª etapa 
Apresente o conceito de acaso na música de John Cage com Imaginary Landscape Nº 4 (for 12 Radios). Ela é composta de 12 rádios ligados ao mesmo tempo, manipulados por 12 intérpretes e um maestro, com comandos de volume e de troca de estação definidos pelo compositor. Identifique os elementos de acaso e as infinitas possibilidades de sons que poderiam soar nos rádios no momento do concerto.

4ª etapa 
Revele ao grupo a possibilidade de fazer o mesmo utilizando um jogo da memória e instrumentos musicais. Crie algumas sequências de sons curtas e defina uma carta para cada uma. Embaralhe as peças e convide um aluno para organizar as figuras em pares, respeitando a ordem em que aparecem. Proponha que toquem a música com base na sequência sorteada. Repita o procedimento para comparar os resultados.

5ª etapa  
É hora de a turma criar as próprias sequências de sons para compor outras músicas. Deixe que todos escolham o procedimento de acaso, disponibilizando os outros jogos indicados. Por exemplo: o bingo pode ser utilizado para definir aspectos sonoros da criação. Com o sorteio de números pares, se escolhem uma nota aguda para acrescentar à melodia e, a cada ímpar, uma grave, ou vice-versa. Destaque a importância de registrar a sequência de sons para que no fim da criação as produções sejam apresentadas para a classe.

6ª etapa  
Organize uma sessão de gravação das obras elaboradas na etapa anterior. Recomende aos estudantes que retomem os registros. Grave o material e disponibilize-o num blog.

Avaliação 
Observe a expressividade e o engajamento da garotada durante a experimentação dos sons. Como cada aluno participou das várias etapas do processo de criação e da organização das ideias musicais e dos procedimentos de acaso? Reúna o grupo para a apreciação das obras gravadas e retome a questão inicial (o que é música?), comparando as respostas com as formuladas na primeira etapa. Por fim, peça que todos registrem suas impressões sobre a experiência de composição, adicionando comentários no blog.

Taí, espero que tenham gostado!

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/composicao-musica-aleatoria-568345.shtml

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