O Centro Cultural Casa da Ribeira ameaça encerrar atividades em 2012.
Motivo: o projeto Cena Aberta, responsável por mais de 60% da receita
total da Casa para o ano, foi indeferido pela Comissão Normativa da Lei
Câmara Cascudo. A conselheira Danielle Brito julgou superfaturamento no
valor da pauta apresentada no projeto. Diretores da Casa da Ribeira
classificaram a atitude de "perseguição política" em razão das críticas
deferidas contra a gestão cultural do governo.
O Cena Aberta objetiva a formação de atores novos ou independentes (sem
vinculação a grupos de teatro) e a manutenção da Casa da Ribeira. No
quarto ano do projeto, em 2010, o Cena Aberta foi aprovado sob um valor
próximo de R$ 200 mil (para seis meses), após duas reduções de orçamento
pedidos pela Comissão da Lei, segundo o diretor artístico da Casa,
Henrique Fontes. O orçamento apresentado para o Cena Aberta 2012 prevê
R$ 347 mil para o ano todo.
"Apresentamos o valor que julgamos
ideal para o funcionamento da Casa durante o ano, mas nos adequamos a
outro valor. Não pode é indeferir o projeto". Henrique Fontes suspeita
de "perseguição política", já que o projeto havia sido aprovado até a
conselheira e assessora direta da secretária extraordinária de Cultura,
Isaura Rosado, pedir vista e indeferir. "Esse governo parece temer quem
promove cultura de forma independente ou critica a gestão. É uma
ditadura disfarçada", criticou.
Henrique Fontes ressaltou a
importância do trabalho realizado pela Casa da Ribeira na formação de
atores, quando 10 mil crianças são beneficiadas diretamente.
"Preenchemos uma lacuna porque falta essa política cultural por parte do
poder público. Por isso eles acham caro o valor do projeto. Qual a
política de formação de atores do Teatro Alberto Maranhão e do TCP? Veja
a situação vivida no CMAI. E agora querem acabar o trabalho de quem faz
porque preferem investir na política de eventos".
A Casa da
Ribeira é instituição sem fins lucrativos e depende totalmente dos
recursos oriundos de leisde incentivo à cultura e editais. Dessa verba,
parte é direcionada à manutenção da Casa. Por isso, o valor da pauta do
teatro é três vezes maior do que o cobrado no Teatro Alberto Maranhão,
por exemplo. "Não cabe comparação. O TAM é mantido pelo Governo com o
nosso dinheiro. É diferente da Casa da Ribeira onde a pauta serve também
para cobrir os custos de manutenção da Casa".
Comparações
A
pauta atual do TAM é de R$ 400. A da Casa da Ribeira em 2011 é de R$ 1
mil (no valor apresentado no Cena Aberta 2012 é de R$ 1,3 mil). Segundo
Henrique Fontes, esse valor é rateado: metade paga pelo grupo que aluga a
pauta do teatro e metade fica para manutenção da Casa - valor imbutido
no projeto patrocinado pela Lei Estadual de incentivo à cultura via
patrocínio privado (desconto de impostos que cairiam nos cofres do
governo).
Fonte: Diário de Natal
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